Doador de esperma teve 12 filhos com autismo (e foi processado)

Publicado por: admin
18/09/2019 08:20:33
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Courtesy Pixabay
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Danielle Rizzo tem dois filhos autistas, um com seis anos e outro com sete. Ambos foram concebidos com recurso a um doador anónimo.

 

Há três anos, Rizzo descobriu que estes fazem parte de uma “família” de pelo menos 12 crianças que padecem do transtorno do espectro autista e que foram todas concebidas com o esperma de um mesmo doador.

 

De acordo com o The Washington Post, muitas destas 12 crianças identificadas não padecem apenas de desordem do espectro do autismo, mas também de défices de atenção, dislexia, epilepsia, ou outros entraves ao desenvolvimento ou à capacidade de aprendizagem.

 

Rizzo foi pesquisar o doador que havia escolhido para os seus dois filhos e encontrou referências a este em quatro bancos de esperma. Mas todos recusaram fornecer mais informações. Segundo a Food and Drug Administration, apenas se pode interferir na indústria da doação de esperma em situações referentes a doenças sexualmente transmissíveis.

 

Rizzo e a sua companheira começaram a procurar um doador pouco depois de casarem, em 2011. Encontraram o doador H898, um homem loiro, de olhos azuis, 1,86 metros, 108 quilos e com um bom currículo, mestrado e empregado como fotógrafo de situações médicas. O doador não tinha qualquer doença no currículo. A única referência a doenças na sua família era à do avô paterno que morreu de cancro da próstata aos 85 anos.

 

O primeiro filho nasceu em setembro de 2011 e o seu desenvolvimento foi completamente normal, aprendendo a gatinhar, sentar-se e a dizer as primeiras palavras. As duas mães quiseram logo ter um segundo que nasceu 14 meses depois.

 

Foi por volta dessa altura que se começaram a notar diferenças no comportamento da primeira criança. Este deixou de olhar para as pessoas na cara, deixou de responder pelo seu nome e não brincava com outros meninos. O seu segundo filho começou também a exibir os mesmos sintomas aos dois anos.

 

Depois de consultas médicas, ambos foram diagnosticados com autismo e, apesar da terapia, tudo parecia piorar. As crianças tornaram-se menos comunicativas e começaram a fazer mais birras e tornarem-se agressivas. As duas mulheres separaram-se e Rizzo, que ficou com a custódia, teve de se mudar para a casa dos pais.

 

Rizzo processou o homem, acusando-o de ser “desonesto” e de não poder ser doador. “O doador H898 é um prolífico doador de esperma que foi pai de pelo menos 12 crianças através de doação, e que todas essas crianças foram diagnosticadas com autismo, ou sofrem de sinais ou sintomas associados com autismo”.

 

O processo foi contra a empresa que detinha os bancos que receberam a doação. A mãe acabou por retirar o processo em troca do pagamento de 250 mil dólares.

 

Um estudo de 2018 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CD), dos Estados Unidos, mostrou que existe um caso de autismo diagnosticado para cada 59 crianças e que este número tem vindo a crescer nos últimos anos. Em 2014 eram 59 crianças para um, enquanto dois anos antes eram 1 em cada 68.

 

O aumento no número de caso não significa que mais pessoas padeçam de distúrbios no espectro do autismo hoje do que há 30 anos. Muitas vezes o autismo torna difícil para que um indivíduo tenha uma vida autónoma, mas existem exemplos de pessoas que padecem desta síndrome e são altamente bem sucedidas.

 

Nos últimos anos têm surgido vários grupos que pedem que o autismo não seja considerada uma doença, mas sim um traço de personalidade que difere milhares de pessoas e que deve ser celebrado.

 

Fonte: ZAP //

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