Assembleia Legislativa da Bahia presta homenagem à desembargadora Lígia Ramos Cunha Lima

Publicado por: admin
26/02/2018 18:58:22
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Foto: Nei Pinto
Foto: Nei Pinto

Por Baltazar Miranda Saraiva

 

Em festividade a ser inserida nos anais da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia, a Desembargadora Lígia Ramos Cunha Lima recebeu, no plenário daquela Casa, pelas mãos do seu presidente, deputado Ângelo Coronel, a Comenda 2 de Julho, uma das mais significativas homenagens outorgada a um brasileiro ou estrangeiro escolhido pelos representantes desse Poder. A outorga da comenda ocorreu no dia 22 de fevereiro de 2018, com a presença de inúmeras autoridades, convidados, familiares, colegas da magistratura e representantes da sociedade civil e militar.

 

Proponente da Homenagem, o deputado Sandro Régis lembrou que a homenageada é um símbolo da magistratura baiana, cuja sabedoria e conhecimentos jurídicos iluminam sua brilhante carreira, reconhecendo a contribuição da magistrada para o desenvolvimento político e administrativo da Bahia.



Natural de Valente-Ba, a Desembargadora formou-se em Direito em 1977 pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 1988 iniciou a carreira como magistrada, atuando nas comarcas de Monte Santo, Remanso, Conceição de Coité, Uauá, Queimadas, Cansanção, Euclides da Cunha, Valente, Santa Luz e Serrinha. De 1993 a 1997 atuou na comarca de Feira de Santana, sendo promovida em seguida para Entrância Especial.



No Tribunal de Justiça da Bahia, a homenageada começou as atividades em 2004 como Juíza Auxiliar da Corregedoria. Atuou na 5ª Câmara Cível e na 4ª Câmara Cível, convocada para substituir desembargadores. Também foi convocada, para substituição em Segundo Grau, atuando na Câmara Cível do Extremo Oeste, no período entre 3 de fevereiro de 2015 a 19 de maio de 2015.



Em sua justificativa, o deputado discorreu sobre a vida profissional e familiar da ilustre homenageada, destacando seus conhecimentos profissionais e sua atuação como esposa, mãe e avó, ressaltando que, apesar de todos os seus afazeres, jamais esqueceu sua solidadriedade para com os mais necessidades, tanto no aspecto assistencial como no aspecto jurídico.



Seu nome “Lígia” a distingue desde sua origem etimológica, que vem do grego antigo, a significar doçura, flexibilidade ou “aquela que foi escolhida”. Na mitologia, é sinônimo de sereia, para lembrar o seu canto. Alguns ainda o relacionam como de origem latina, Eligius, que significa escolher, selecionar ou eleger. Em ambas as línguas Lígia significa “a escolhida” ou “a eleita”.



A Comenda representa o registro do movimento de nossa independência iniciada em 19 de fevereiro de 1822 e encerrada no dia 2 de Julho do mesmo ano, inserindo a Bahia na unidade nacional de nosso país.



Como se sabe, o Tribunal de Justiça da Bahia é um ícone de excelência no mundo jurídico pátrio e em outras áreas de atuação, sendo importante frisar que, na unidade de nossa federação, sua cultura é tão rica quanto o seu povo, elemento que identifica que somos uma nação de muitas tradições e traços coletivos.



O amor à liberdade inspirou a Comenda 2 de Julho, que também representa o reconhecimento da Bahia à expressão cultural de seu povo, localizada em todas as classes e registrada nos traços culturais de seus grandes autores, sejam escritores, poetas, músicos ou magistrados.



Em seu discurso de agradecimento, a homenageada fez questão de saudar seus pais, seu esposo, Dr. Ruy Barata, seus filhos e neta, sem olvidar os amigos, com quem dividiu a homenagem. Ao afirmar que produziu algumas palavras vindas do coração, fez questão de salientar que elas expressavam sua gratidão pela honra que lhe foi concedida. Também confessou que era com imensurável alegria que, a partir de agora, integra a galeria dos outorgados com a Comenda 2 de Julho, vínculo histórico de imensa dimensão.



Ao agradecer a todas as autoridades presentes pela sólida amizade e caminhada conjunta na sociedade e no TJ/BA, Lígia afirmou que todos deviam caminhar livres e com fé nas instituições, acreditando na justiça, pois, sem ela, não existe liberdade nem garantia da cidadania.



Como dizia Inhering, “A força de um povo equivale a força de seu sentimento de justiça”. Daí seu apelo para que todos tenhamos fé na Justiça, suporte de nossa independência, liberdade, igualdade e soberania.



Rememorar é reviver; é renascer espiritualmente; é estender as mãos para os lauréis que a vida nos oferece. Durante nossa existência existem nuvens e estrelas. As primeiras representam a luta pela vida, ainda incerta; as segundas, o que de melhor a vida nos oferece, a começar pelos amigos, que alegram nosso céu, dentro de nós, para que possamos sempre recordar.



Diante da imensa plateia que lhe ovacionava, a homenageada agradeceu à Assembléia Legislativa a concessão da comenda, em especial ao deputado Sandro Régis, autor da proposição. Todos os que contribuíram com a sua formação foram lembrados. Como ela própria afirmou, todos moram em seu coração.



A homenageada mereceu as ovações e as expressões de carinho de todos os presentes. Segundo Lilian Tone, as pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem. Lígia permanece entre nós por tudo o que ela é e representa. A comenda que lhe foi outorgada pela Assembléia Legislativa da Bahia representa o reconhecimento dos baianos a uma magistrada que dignifica nosso povo e nosso estado, símbolos de nossa baianidade.



*Baltazar Miranda Saraiva é Desembargador, Presidente da 5ª Câmara Cível, membro da Comissão de Igualdade do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, do Conselho da Magistratura (TJ/BA), da Associação Bahiana de Imprensa-ABI, da Sociedade Amigos da Marinha-SOAMAR e Vice-Presidente Social, Cultural e Esportivo da Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (ANAMAGES).

 

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