Pequim tenta se eximir de culpas da origem do SARS-Cov-2 (e garante que o vírus escapou de laboratório nos EUA)

Publicado por: admin
22/01/2021 12:18:41
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O Governo chinês anda divulgando alegações infundadas que ligam um laboratório militar norte-americano à pandemia de covid-19, no momento em que especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) estão investigando as origens do vírus na China.

 

De acordo com a Vice, Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, pediu esta terça-feira a Washington que abrisse o seu biolaboratório dFort Detrick para investigação, aludindo a uma teoria da conspiração que ajudou a promover em maio – de que a instalação de Maryland estaria ligada ao surgimento da covid-19.

 

Pequim e Washington têm-se culpado mutuamente por causar a pandemia de covid-19, que já matou mais de dois milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar das fortes evidências científicas de que o coronavírus surgiu naturalmente, os dois Governos levantaram suspeitas de que o vírus poderia ter escapado de laboratórios um do outro.

 

Na quarta-feira, o “laboratório de Fort Detrick da América” tornou-se o assunto de maior tendência na rede social chinesa Weibo, amplificado por contas controladas pelo Partido Comunista no poder.

“A epidemia de covid atingiu a América em abril de 2020 e Nova Iorque tornou-se o epicentro”, escreveu a Liga da Juventude Comunista. “Em Fort Detrick, a cerca de 240 quilómetros de distância, o Governo dos EUA estava a conduzir experiências com patógenos perigosos.”

 

 

Titus Chen, professor da National Sun Yat-sen University, em Taiwan, que estudou a propaganda chinesa, chamou a campanha de informação de Pequim de “uma narrativa de contrapeso”. “Quando a atenção do mundo está mais uma vez voltada para Wuhan, é a tentativa do Governo chinês de desviar o foco, de mover a bola de volta para os Estados Unidos”, explicou.

 

A última campanha de desinformação foi deflagrada depois de Hua, do Ministério das Relações Exteriores, ter atacado o Departamento de Estado dos Estados Unidos por sugerir uma investigação num laboratório de virologia em Wuhan.

 

A administração Trump tentou ligar as instalações de investigação chinesas à origem da covid-19 já em abril do ano passado, pressionando as agências de espionagem dos Estados Unidos a encontrar informações para apoiar a teoria da libertação do laboratório.

 

Especialistas dizem que isto ajuda a distrair o povo de questionar as autoridades, uma vez que que a investigação da OMS em Wuhan e novos surtos no norte da China voltaram a atenção para Pequim.

 

Embora a China tenha contido amplamente a pandemia, muitas pessoas no país guardam memórias dolorosas dos primeiros dias da epidemia. Depois de o Governo ter demorado a alertar o público sobre um possível surto, os casos de covid-19 sobrecarregaram o sistema de saúde em Wuhan e forçaram os pacientes a implorar por camas hospitalares.

 

O renovado impulso de desinformação coincidiu com o primeiro aniversário do surto na cidade. Há um ano, Wuhan entrou num confiamento restrito que deixou a maioria dos residentes confinados nas suas casas durante 76 dias.

 

As redes sociais suprimiram as discussões sobre a gestão da crise pelo Governo e, em vez disso, promoveram publicações infundadas que culpavam os Estados Unidos pela pandemia.

 

 

Rumores obscuros do Facebook e Twitter, sites que são bloqueados na China, chegaram à lista de tendências do Weibo, que rotineiramente direciona centenas de milhões de pessoas para tópicos populares aprovados pela China.

 

Por exemplo, uma hashtag de tendência #Hill levava a uma publicação que afirmava que uma ex-funcionária de Fort Detrick chamada Samantha Hill identificou o coronavírus como proveniente de uma fuga do laboratório.

 

“O objetivo principal é evocar o sentimento nacionalista”, disse Fang Kecheng, professor de comunicação da Universidade Chinesa de Hong Kong. “A forma como o Governo chinês lidou com o surto inicial foi problemática e essas histórias provavelmente têm como objetivo distrair as pessoas”.

 

Uma equipa de especialistas da OMS chegou na quinta-feira da semana passada a Wuhan, onde ficará em quarentena durante duas semanas antes de começar a investigar locais onde possam existir pistas de como a pandemia começou.

 

Fonte Original: Maria Campos, Planeta ZAP //

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