Jornal Suiço compara Protógenes Queiroz à Eliot Ness, famoso por combater a corrupção em Chicago

Publicado por: admin
11/01/2021 13:16:53
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Tribune de Genéve -Protogenes Queiroz, ex-chefe de inteligência da Polícia Federal brasileira
Tribune de Genéve -Protogenes Queiroz, ex-chefe de inteligência da Polícia Federal brasileira

Eliot Ness foi um agente do Tesouro Americano, famoso por seus esforços para fazer cumprir a Lei  em Chicago. Foi líder de uma equipe lendária apelidada de Os Intocáveis, notabilizada pela participação na prisão do gângster Al Capone. O "Eliot Ness" brasileiro Protogene Queiroz, o policial que denunciou a corrupção no poder não está mais seguro em seu próprio país

 

As autoridades suíças estão examinando o pedido de asilo político apresentado por um ex-policial brasileiro. Não apenas qualquer. Este é Protogenes Queiroz, ex-chefe de inteligência da Polícia Federal do Brasil. Uma comissão já concedeu a ele o status de refugiado temporário após uma entrevista de onze horas. O caso tem um significado altamente simbólico. Com seus óculos pequenos e finos e seu terno listrado, o homem sentado na sala dos fundos de um café não tem realmente o perfil de um solicitante de asilo. (Postado: 13/05/2016, 22:57)

 

Revelações em cascata


“Em outubro passado, fui convidado a participar de um simpósio sobre o crime organizado na Suíça. Depois de pensar bem, decidi não pegar o avião de volta para São Paulo ”, conta Protogenes Queiroz, 56, que conhecemos em Genebra. ) O ex-superpolicial por trás das investigações que levaram às revelações em cascata de corrupção em torno de Lula e Dilma Rousseff escapou de vários ataques e sua família foi ameaçada. Cascata de um sistema de corrupção que controla o Brasil com muito poder e dinheiro

 

Ao agredir quem corrompe políticos, magistrados e polícias, o inflexível “Sr. Limpo” ao combater o sistema poderoso que controla o Brasil com tentáculos nos três poderes da República do Brasil, o intocável Eliott Ness brasileiro da polícia acreditou que podia contar com o apoio da sua hierarquia e do Judiciário. “Aconteceu exatamente o contrário”, lamenta hoje.

 

O impasse terminou com uma dispensa.

Em 2010, Protogenes Pinheiro concorreu às eleições parlamentares como Deputado Federal eleito em São Paulo, para continuar sua luta contra a corrupção na arena política

 

“Criei uma comissão parlamentar de inquérito. Isso esclareceu o conluio entre vários políticos e o narcotraficante Goiano ”, diz Protogenes Queiroz. Propus a criação de várias Comissões Parlamentares de Inquéritos, em especial CPI das Privatizações, CPI da Globo; CPI da Petrobras, CPI de vazamentos de Óleos em plataformas da Petrobras, Proposta de Fiscalizaçao e Controle de ligações da CiA com estruturas do Estado brasileiro, Proposta de Fiscalização e Controle de mortes ocorridas na região Norte, etc Mais uma cabeça na mesa de caça do policial que iniciou sua carreira atacando o temido Hildebrando Pascoal, apelidado de “deputado da motosserra” por seus métodos radicais. À frente de uma ampla organização criminosa, esse ex-coronel da Polícia Militar do Estado do Acre, tinhas ligações com a NarcoGuerrilha das FARCs na Colombia e Narcotráfico internacional de Bolívia e Peru.

 

Protogenes Queiroz também coordenou a Operação Macuco na região sul do Brasil que identificou um grande volume de dinheiro público advindos do crime organizado, da corrupção e das privatizações ocorrida na década dos anos 90 que utilizava o sistema bancário e financeiro Legal, tais como BANESTADO, BEMGE, Banco Rural, Banco Opportunity, Banco Araucaria, e o Sistema do câmbio paralelo dos grandes doleiros, tais como: Dario Messer, Alberto Youssef, Toninho da Barcelona, Silvio Roberto Anspach , Naji Nahas, Matalon, etc. Tudo à sombra do grande sistema que controla o Brasil. Participou ativamente de várias outras operações policiais entre elas a Operação Anaconda, que pela primeira vez desmontou-se um grande esquema de corrupção na justiça brasileira. Outra de suas ações foi remontar o sistema de corrupção e desvio de dinheiro público controlado por Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo e líder do Partido Progressista. Condenado na Suíça e na França por lavagem de dinheiro.


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A podridão


“Todo o sistema está podre”, fulmina o ex-chefe da inteligência, que por sua vez se viu no banco dos réus por ter violado seu dever de sigilo ao dar informações a jornalistas. A teimosia do policial em derrubar as elites corruptas valeu-lhe o apelido de “Eliot Ness brasileiro”. O alvo que mais lhe causou dificuldades foi na Operação Satiagraha investigou o sistema de corrupção e desvios de dinheiro público controlado pelo banqueiro Daniel Valente Dantas, preso duas vezes e solto duas vezes em menos de 72hs por decisão do STF. A investigação se centrava nas práticas ilegais do Banco Opportunity e principalmente durante a fusão das principais operadoras de telefonia BrasilTelecom, Telemar e Oi presentes no Brasil. Que resultou ao final na anulação da Operação Satiagraha pela Suprema Corte, uma condenação que inocentou Dantas, e uma condenação contra o Delegado Protogenes por violação de sigilo funcional com a perda do cargo,  e a fusão do sistema de telefonia foi realizado surgindo na época a empresa de telefonia Br Oi. Um grande arquivo. Grande demais. “Apenas algumas razões que causaram minha queda”, avalia o policial.

 

Durante suas múltiplas investigações sobre redes criminosas e dinheiro sujo, Protogenes Queiroz colaborou em várias ocasiões com policiais e magistrados estrangeiros. O que ajudou a construir sua lenda como um grande policial. Queiroz já conhece as revelações sobre o gigantesco escândalo da Petrobras, que levou à demissão de Dilma Rousseff. Ele reuniu a inteligência e as informações que permitiram ao "pequeno juiz" Sergio Moro apertar seu controle sobre a presidência.

 

Sem dúvida de desistir


Agora, outra vida aguarda Protogenes Queiroz. Seu passado como um grande policial e sua perícia interessam a muita gente. O homem tem um conhecimento incomparável das redes criminosas e seus hábitos. “Tenho observado repetidamente a existência de pontes entre grupos de narcotraficantes e organizações terroristas”, explica. Essa trajetória de drogas, que às vezes converge para a do islamismo radical, mobiliza um grande número de serviços em todo o mundo. Universidades e vários centros de pesquisa já estão cortejando o ex-policial. Atrás dos seus óculos pequenos e finos, Protogenes Queiroz guardou o niac do caçador. Não se trata de desistir da luta contra o crime organizado. "Se as elites corruptas não tivessem tirado dinheiro do Estado, o Brasil não teria problemas financeiros". É preciso reconhecer que no Brasil, enquanto perdurar o mecanismo que rouba o país, nenhum Eliot Ness sobreviverá como não sobreviveu O Juíz Moro, a Lava Jato ou qualquer outro que afronte essa engrenagem. Concluí Protógenes Queiroz.

 

Originalmente Publicado por: TDG   Tribune de Geneve

Transcrito e Atualizado pela equipe da TVForense.com

 

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