Espanha anunciava zero mortes quando morriam dezenas de pessoas por dia

Publicado por: admin
19/06/2020 11:55:25
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Pedro Sánchez, líder do PSOE/Kiko Huesca / EPA
Pedro Sánchez, líder do PSOE/Kiko Huesca / EPA

Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde espanhol não coincidem com os números revelados pelas regiões autónomas. Sánchez chegou a anunciar zero mortes quando morriam dezenas de pessoas por dia.

 

No dia 25 de maio, o Ministério da Saúde espanhol deixou de contabilizar o número de óbitos por dia e passou a divulgar o número de vítimas mortais dos últimos sete dias. O jornal espanhol ABC escreve esta sexta-feira que morreram mais 1.437 pessoas do que aquelas que foram reveladas.

 

Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde não coincidem com os números registados pelas regiões autónomas. Estes dados não oficiais, relativos ao intervalo entre o dia 25 de maio e o dia 14 de junho, mostram que morriam, em média, 68 pacientes por dia.

 

Por exemplo, no dia 3 de junho, o primeiro-ministro Pedro Sánchez anunciou que Espanha tinha registado zero mortes por covid-19 no país. No entanto, os dados das regiões autónomas não corroboram esta afirmação do chefe do Governo espanhol.

 

Entre os 1.413 óbitos reportados pelas regiões autónomas, a maioria foi registada na Catalunha e em Madrid, escreve o Diário de Notícias.

 

O Governo espanhol vai fazer esta sexta-feira uma revisão em alta do número de mortes no país devido à covid-19, para “cerca de 28.000”, a partir dos atuais 27.136, dado que está sem alterações desde 7 de junho.

 

“Infelizmente, temos uma grande percentagem [de mortes], cerca de 28 mil. Amanhã [sexta-feira] vamos dar dados mais fiáveis e mais seguros, mas será à volta de 28 mil mortes”, avançou hoje o diretor dos serviços de Alerta e Emergências Sanitárias do Ministério da Saúde espanhol, Fernando Simón, durante a videoconferência de imprensa diária sobre a atualização da evolução da pandemia.

 

O número oficial de mortos mantém-se inalterado em 27.136 desde 7 de junho, depois de os métodos de contagem de casos e mortes terem sido alterados no final de maio.

 

Até ao final do mês passado, quando a epidemia estava em forte declínio, o Ministério da Saúde registava diariamente entre 50 a 100 mortes. Mas desde a mudança de método, o número caiu para menos de cinco, e até mesmo zero mortes durante vários dias.

 

A oposição de direita e de extrema-direita tem acusado o Governo de esquerda do primeiro-ministro Pedro Sánchez de esconder o número real de mortos.

 

Fernando Simon admitiu recentemente que o número tinha sido “congelado” devido a “discrepâncias”, o que, segundo ele, se devia, em parte, a atrasos em algumas comunidades autónomas, que têm autonomia em matéria de saúde.

 

O relatório diário com a atualização da situação epidemiológico no país avisa, há já vários dias, que “está a ser efetuada uma validação dos casos dos falecidos que permitirá a correção da série histórica que será atualizada semanalmente”.

 

“A validação individual dos casos está em curso, pelo que pode haver discrepâncias em relação à notificação agregada dos dias anteriores”, acrescentam os serviços sanitários espanhóis.

 

Segundo o Governo espanhol, o novo sistema de contabilidade deverá permitir a deteção mais precoce de surtos de contágio no caso de um aumento da pandemia.

 

O Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol e um organismo governamental de investigação pública anunciaram em finais de maio que, desde meados de março, o país tinha registado mais cerca de 43 000 mortes, em comparação com a média do mesmo período dos últimos dez anos.

 

Fonte: Planeta ZAP // Lusa

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