ALERTA: segundo AMIB, apenas um de três pacientes graves sobrevive

Publicado por: admin
25/05/2020 16:20:43
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Mortalidade de doentes com covid-19 que são entubados no País é de 66%, um número alto quando comparado aos internacionais. 

 

Dados foram coletados em abril e avaliou dados de UTIs Brasileiras.

 

Desde o começo da pandemia do novo coronavírus, a AMIB busca constantemente novas informações para auxiliar a comunidade intensivista e demais profissionais de saúde. Entender e avaliar o panorama atual das Unidades de Tratamento Intensivo no brasil é fundamental para a compreensão e auxílio no enfrentamento dessa crise da melhor forma possível.

 

Pensando nisso a AMIB realizou a I Pesquisa com Médicos Coordenadores de UTIS na fase de preparação para a pandemia de COVID-19 para entender como está o dia a dia dos hospitais e avaliar o cenário brasileiro em relação às adaptações por conta do vírus.

 

Quando confrontada com um desastre, a UTI deve ter recursos adequados para suporte à vida disponíveis para a capacidade de pico. O termo capacidade de pico refere-se à capacidade de um sistema de assistência médica de acomodar rapidamente uma demanda crescente por serviços em circunstâncias extenuantes. Os componentes mais comumente identificados da capacidade de pico são; o espaço, para acomodar pacientes, provedores e equipamentos; equipamentos (ventiladores, monitores, bombas de infusão e outros suprimentos e produtos farmacêuticos); e a equipe. A equipe é composta de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos psicólogos, odontólogos, nutricionistas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. A coordenação e supervisão destes profissionais deve ser do intensivista, que atua como coordenador, orientador e educador em tempo real de outros profissionais. A organização das equipes deve estar pré-estabelecida para se adequar a características e particularidades de cada instituição e das necessidades de atendimento previstas. Segundo as Recomendações da Associação de Medicina Intensiva Brasileira para a abordagem do COVID-19, a equipe deve ser organizada para aumento de capacidade em situação de contingência por pelo menos 100% da capacidade habitual.

 

Nesta pesquisa um total de 269 médicos intensivistas coordenadores ou responsáveis técnicos de UTIS, além de 16 coordenadores de enfermagem e 19 de fisioterapia, de hospitais públicos e privados de todos os estados brasileiros responderam aos questionamentos. Há menos que 5 médicos intensivistas em 55,6% das UTIs.  A maioria das UTIs eram de menor porte com menos de 10 leitos (46,3%), com 35,4% com 11 a 30 leitos e 17,2% com mais de 30 leitos.

 

Com dados apurados até 24 de abril de 2020, a pesquisa apontou que em 93% das UTIs havia um plano de contingência. A proporção de expansão nas UTIs até aquele momento era superior a 50% em 34% delas e acima de 100% em apenas 23%, sendo as menores proporções de aumento observadas na região nordeste do país.

O número de ventiladores era originalmente menor que 10 unidades nas UTIs de 38% dos respondentes e 48% deles relataram ter entre 11 e 30 ventiladores com uma mediana de 13 ventiladores por UTI. Somente 31% responderam que aumentaram o número de ventiladores em 50 a 100% e 15% em mais de 100% do estoque basal. 

A falta de recursos essenciais para atendimento da COVID-19 foi prevista por 68% dos intensivistas e falta de máscara N95 foi a preocupação mais frequente. As principais dificuldades antecipadas pelos intensivistas foram em relação a falta de EPIs para 19%, testes diagnósticos para SARS-Cov-2 para 18%, médicos para 17% e enfermeiros para 13%. Embora somente 18% dos intensivistas responderam ter preocupação com falta de testes, apenas 19 % deles responderam que os resultados de testes são obtidos em menos de 48h. A maioria leva 3 a 7 dias (41%) e cerca de para cerca de 1/3 mais de 7 dias.

 

O receio de contaminação da equipe de saúde foi a maior preocupação ao cuidar do paciente com a COVID-19 para quase um terço dos intensivistas e 41% referiram que o hospital não tinha um plano de contingência para os profissionais afastados. Falta de preparo emocional e burnout e falta de treinamento e capacitação foram o mais preocupante para 18% e 12%, respectivamente.

 

Quando perguntados se mudariam alguma realidade no enfrentamento, citaram que aumentariam aquisição de recursos materiais (30%), contratariam mais profissionais (28%), gostariam de ter profissionais mais preparados (25%) e de ter melhor estrutura física (19%).

 

Confira abaixo links úteis ainda sobre a pesquisa e COVID-19:

i. Infográfico com os principais resultados da pesquisa;

ii. Número de leitos e especialistas no país;

iii. Atualização de leitos e leitos COVID-19;

iv. Distribuição geográfica de equipamentos de ventilação mecânica em território nacional (a cada 10 mil habitantes).

 

Fonte: AMIB

 

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